Animada com os lucros milionários resultantes da venda de rubis, a Montepuez Ruby Mining (MRM) está a investir na construção da segunda planta de processamento na mina de Namanhumbir, distrito de Montepuez, em Cabo Delgado. Orçada em 70 milhões de dólares, a nova planta vai triplicar a capacidade de processamento da MRM, passando das actuais 200 toneladas por hora para 600 toneladas por hora.
Esta evolução vai permitir à empresa expandir a sua área de mineração dentro da concessão, bem como “processar o seu stock considerável e colocar no mercado rubis mais variados em termos de tamanho e cor”. As operações na nova unidade de processamento deverão iniciar no primeiro semestre de 2025.
A MRM é controlada pela britânica Gemfields, que detém 75% do capital social, sendo que a moçambicana Mwiriti controla 25% do capital. A empresa recebeu a concessão mineira em 2011 para explorar rubis, águas marinhas, granadas e turmalinas por um período de 25 anos, numa área de 33 mil hectares.
Os depósitos de rubis de Namanhumbir são considerados como sendo os maiores do mundo. Não é por acaso que a empresa está a investir na segunda planta de processamento e o director-geral da Gemfields descreveu o investimento como o maior alguma fez feito pelo grupo britânico.
Apesar de reclamar ter pago 207,6 milhões de dólares[1] em impostos e taxas desde o início das suas operações em 2014, a contribuição da MRM no desenvolvimento das comunidades locais ainda é muito fraca. O brilho dos rubis que saem de Namanhumbir contrasta com a imagem pálida das comunidades locais, totalmente desprovidas de condições de vida que justifiquem a sua condição de “donos” dos recursos.